Benjamim Franklin disse: "As três coisas mais difíceis do mundo são:
guardar um segredo,
perdoar uma ofensa
e aproveitar o tempo."
Todos temos
pensamentos velados,
cismas, conhecimentos ocultos,
descobrimentos não revelados,
segredos enfim.
É natural que os haja.
É humano.
Um segredo é, em princípio,
algo que só a gente mesmo conhece.
Mas também há aquele
que se conta a alguém de confiança.
Mas contado, nunca se terá certeza
se continua secreto o segredo.
Há tantos segredos
que não deveriam ser assim
tão secretos;
que deveriam ser contados a todos,
publicados, divulgados.
Mas há outros que não se devem
nunca nem respirar
quando neles se pensa...
Senão não se sabe mais
se é segredo.
Não se sabe se fez bem ou não
a quem ouviu
ou se já não há sigilo.
Todos nós, vez por outra,
deslizamos da delicadeza,
pisamos na gentileza,
ignoramos o bom-senso
e acabamos ofendendo alguém.
... E, pior, geralmente
é pessoa próxima, amada.
Quase sempre a mais amada!
Quando a indelicadeza apenas
era só um pensamento,
uma coceira na língua,
quando ainda não havia
se concretizado em palavras
devia ter morrido entre os dentes
e os lábios.
Quando a ofensa ainda era
pequenina, um germe,
como pequena ferida,
podia ser estancada a sagria.
Mas quando se chega a ferir
com a adaga da língua
cortando o sagrado do outro,
é como prego em madeira:
tira-se o prego, mas o buraco fica.
Há vezes que se ofende
por injúria ou calúnia,
outras por falar verdade
da maneira errada,
fora de hora.
O efeito é triste!
... e será o mesmo
em qualquer caso.
Aproveitar o tempo
é coisa preciosa,
mas nada pior
que perder tempo
com desconfianças
e mágoas.
Entretanto,
uma vez dito o segredo,
ou proferido o impropério,
não se deve perder tempo
com mau pensamento.
Ou pior, perder mais que tempo
com mais ofensas
ou terríveis revelações.
Aproveitar o tempo
para quê?
Poupa-se tempo
para se ter tempo
de ser feliz!
Não se pode destruir
a ponte por onde
se quer passar...
Quando se busca alívio
o caminho de cada um
é um...
Mas, por qualquer trilho,
atalho ou ponte que vá,
vai sempre ao encontro
do mesmo ansiado
objetivo:
paz!
Carlos Almeida