Ansiava por ela.
Problema:
como dizer adeus?
Última manhã com os seus.
Foi.
Não disse nada.
Despedir-se doeria mais.
Ficassem com Deus.
Andou, andou...
Andou muito sem rumo.
Caminhos desconhecidos,
veredas místicas,
paisagens agradáveis.
Belezas invadiram seus olhos,
sua alma.
Sucederam-se casos e ocasos;
um, porém, especial:
folhas da árvore-pousada,
relva-colchão,
regato cantando,
águas avermelhadas,
douradas de poente.
Nostalgia no ar,
pedra-travesseiro,
cabeça a fiar o novelo do destino.
Coração queria mudar tudo.
Teve medo
de ter medo.
Com a noite, tristeza,
saudade dos que ficaram...
Imerso nas sombras,
na melancolia,
vigiava o nada.
Solidão,
vazio.
Emergiu para namorar a Lua.
Estrelas enciumadas rutilavam quietas.
Adormeceu.
Aurora.
Aves celebram
aromas florais.
Companheira, a brisa,
sugere, apela...
o amigo bom-senso decide:
Voltar!
Lição:
Sempre,
em qualquer canto,
viria a ser
quem sempre havia sido.
...e se a viagem solitária
- que ensinou-lhe a liberdade -
era fuga,
voltar era a satisfação
que nunca teria
se não houvesse
viajado.
Carlos Almeida
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