sábado, 4 de setembro de 2010

Passa

Espaço verde
(que um dia foi mais verde)
ou de concreto apenas,
compartilhável,
com seu colar de metálicos,
balizados ou não.
Aberto a naturezas, culturas,
também a mediocridades.
Até propagandas tem:
vote-em-mim e coca-colas.

Lá, dia ou noite, se vê:
a criança co'a babá,
o casal de namorados,
os amantes ou afins,
seus dissabores e amores,
o executivo e os negócios,
o operário e o patrão,
o ambulante e o 'rapa',
novos e antigos amigos
- sinceros ou interesseiros -
colegas e companheiros,
matando aula, o estudante,
esculturas e chafariz,
pivetes e engraxates,
mendigos e vagabundos,
malandros e prostitutas.
'reco', polícia e ladrão,
uns rapazes delicados,
outros nem tanto, na mão,
coreto para políticos,
vendedores, pregadores
- para opostos e iguais -
co'a boca no trombone.
É ringue para rivais,
estúdio para os artistas.

Hoje o espaço é assim,
mas amanhã tudo praça.

Carlos Almeida

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