quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Bela viola

Há sempre algum mal
      além das melhores aparências.

Há sempre uma desgraça
     escondida no canto riso.

Há sempre um odioso bandido
     por trás do infantil palhaço.

Há sempre uma ave de rapina
     dentro da inocente apicuí.

Há sempre uma gota de veneno
     instilada no sumo do açaí.

Desde Eva, há sempre no homem
     um pouco de bestafera.

Há sempre um inseto nocivo
      no colo de dama-flor.

     O mel nunca é puramente doce.

     A vida é morrer também.

Carlos Almeida

Um comentário:

Poeta Casciano Lopes disse...

Essa dispensa comentários, é para ficar guardada no cantinho das preciosidades, linda demais!

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