Aquieta teu coração,
Teu amor aqui está
Ao teu lado sempre, sempre.
Lê em mim em cada olhar,
Em cada gesto e no falar.
Mesmo que não te pareça,
Lê em mim que te amo assim:
De dedinhos as mãos cheias,
Emprestando 'té dos outros,
P'ra poder dizer-te o quanto.
Lê em mim: te amo muito.
Te amo agora e sempre mais,
E mais...
E mais...
Espaço verde
(que um dia foi mais verde)
ou de concreto apenas,
compartilhável,
com seu colar de metálicos,
balizados ou não.
Aberto a naturezas, culturas,
também a mediocridades.
Até propagandas tem:
vote-em-mim e coca-colas.
Lá, dia ou noite, se vê:
a criança co'a babá,
o casal de namorados,
os amantes ou afins,
seus dissabores e amores,
o executivo e os negócios,
o operário e o patrão,
o ambulante e o 'rapa',
novos e antigos amigos
- sinceros ou interesseiros -
colegas e companheiros,
matando aula, o estudante,
esculturas e chafariz,
pivetes e engraxates,
mendigos e vagabundos,
malandros e prostitutas.
'reco', polícia e ladrão,
uns rapazes delicados,
outros nem tanto, na mão,
coreto para políticos,
vendedores, pregadores
- para opostos e iguais -
co'a boca no trombone.
É ringue para rivais,
estúdio para os artistas.
O 'Voz das Horas'
Avisa
a vida nova
a prece
os finais
Aclama
regressos
ouro em laços
troféus
Chora
lenços brancos
... e
No carrilhão do tempo
Ergue-se
no campanário das existências
Canta
em tons solenes
Canta versos
Solfejados
Em busca de reflexos
Do que foi
Do que será
E faz cogitar
De outros espelhos
De outros versos
Das buscas do outro