sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Presente mal passado



O carro corre.
Vento
Chuva
Passos apressados
nas calçadas passadas
O homem.
O relógio!
Voa
Vai inverno
O sino toca
Vem verão.
O homem decide.
O relógio.
A vida passa
A tinta acaba
 A ponta quebra!
Passa carro,
caminhão...
O sinal!
A tensão.
Passam correndo.
Atenção!
Bate.
O médico apressado.
O relógio!
... decidido.
O coração bate?
O coração pára.

O dia passa e também
a luz escassa deste mundo,
deste caos.
A vida acaba.
Voa a vida e não sentimos.
... E o relógio:
tique, taque,
tique, taque ...

Depois de tudo o que fica?
O que vai?
O que é que há além do túnel
(se é que algum túnel há)?
Depois do depois
vem o que?
Há muito,
desde o começo do Tempo
se quer saber de outras vidas
além do fim desta que temos.
Se continua, ou não,
o pensamento ...

Passa-se assim muito tempo
masturbando-se o entendimento.
Será que não seria melhor
passar o presente
bem passado.
Melhor usar logo,
bem e sem pressa,
o presente
do tempo
presente
enquanto ele é agora.
Senão já não é mais...
e o passado
não passa
jamais.

Carlos Almeida

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